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CHAMADA ABERTA - Ensino de História & Teledramaturgia: usos e abusos

2024-03-21

A Revista História Hoje (Qualis A1) convida a comunidade do Ensino de História para submeter artigos para o dossiê Ensino de História & Teledramaturgia: usos e abusos.

Organizadores: Giovani José da Silva (UNIFAP), Ana Molina (UEL) e Fabiano Cabral de Lima (YMCA)

 

Esta proposta de dossiê tem por objetivo chamar a atenção para a profícua relação entre teledramaturgia (novelas, séries, filmes, documentários, entre outros) e Ensino de História. Ainda são escassos os trabalhos que relacionam teledramaturgia e Ensino de História, demandando-se pesquisas sobre o campo, para que se problematize as produções televisuais, estudando-as como fontes históricas e, ao mesmo tempo, como recursos didáticos. A televisão, de acordo com dados de 2014, era o meio de comunicação mais importante no país, atingindo um enorme alcance populacional. Entretanto, mudanças ocorreram em uma década, com a ascensão das mídias móveis (tais como smartphones e tablets) e com o alcance da Internet chegando a 90% das residências brasileiras (IBGE, 2021). Assim, aumentou-se o consumo pelo streaming, que também comporta materiais teledramatúrgicos. Compreende-se que a teledramaturgia pode se apropriar de acontecimentos históricos em diferentes temporalidades, explorando-os em séries, filmes e telenovelas, assim como a realidade pode se apropriar de narrativas fictícias. Portanto, não existem regras no jogo realidade versus ficção, entre ficção e história. As produções de teledramaturgia repercutem nos assuntos do cotidiano, estimulando o público a interagir, seja em redes sociais e/ ou na criação de memes, sendo esses apropriados pelas emissoras e produtoras para divulgar seus produtos. A teledramaturgia pode ser uma narrativa contada na qual o criador da história pode olhar para trás e revisar acontecimentos ficcionalizados (BENJAMIN, 2013). Como diria Marc Ferro, “controlar o passado ajuda a dominar o presente, a legitimar tanto as dominações como as rebeldias” (FERRO, 1983, p. 11). Dessa forma, a teledramaturgia está para além de ser uma produção criada apenas para a venda de bens de consumo, como foram as primeiras soap opera, que adaptaram gêneros da literatura shakespeariana e de outros autores clássicos. Atualmente, a teledramaturgia pode ser um conjunto de produtos vendidos em pacotes, por emissoras no mundo todo ou por aplicativos, assim como é o cinema, o teatro e o circo. Espera-se que no dossiê sejam apresentados resultados de pesquisas que trabalhem a temática, ressaltando-se o que novelas/ séries/ docudramas/ outros produtos televisuais podem ensinar sobre acontecimentos históricos, além da apropriação de docentes e estudantes, usando trechos dessas produções para a construção de conhecimento e o desvendamento dos mundos “fabricados” pela TV/ Internet. O dossiê tem a intenção, também, de mostrar a importância da apropriação de profissionais e docentes da História na produção e discussão de gêneros dramatúrgicos para uma ampliação da consciência social do público consumidor de teledramaturgia, defendendo produções mais humanizadas e que atendam às demandas sociais do tempo presente (HAMBURGER, 2005). A proposta objetiva, portanto, chamar atenção para a importância das possibilidades do Ensino de História e os usos (e abusos) de séries, telenovelas e filmes para televisão na Educação.

 

Prazo de submissão de artigos: 22 a 30 de junho de 2024