
O presente artigo desenvolve duas possibilidades de significar o termo "esperança": uma “esperança passiva” e uma “esperança ativa”. Esses dois sentidos de “esperança” pressupõem antagonismos e continuidades. Paradoxalmente, habitam e confluem em nosso modo cotidiano de imaginar, sentir e projetar futuros, principalmente quando tratamos de Ensino de História - de ensino do tempo. Seria a “esperança” um “amuleto”, uma crença à qual possamos construir nossas fortalezas? Ou seria uma “lança”, necessariamente dependente de uma ação e de uma produção ativa dos futuros que almejamos? A partir destas questões, o texto desdobra-se em dois segmentos. O primeiro explora o significado de afeto e, em seguida, esmiúça o afeto “esperança” a partir dos estudos de Spinoza (a esperança passiva), em especial, sua obra “Ética”. E o segundo investiga os sentidos de “esperança” para Paulo Freire (a esperança ativa), percorrendo algumas de suas implicações no campo do Ensino de História. Para concluir, propomos discussões sobre uma ética da docência em história, iniciando com uma convergência entre os dois sentidos de “esperança” considerando os aspectos agonísticos e dialéticos dos afetos.