O presente artigo analisa a importância da utilização de obras literárias e de composiçõesmusicais nas aulas de História como linguagens mediadoras no processo de ativação da consciência histórica, naquilo que foi definido por Walter Benjamin como um privilégio do ofício dos historiadores – privilégio que consideramos ser extensivo aos professores de História – que seria o de despertar no passado as centelhas da esperança, a partir das reminiscências por ele deixadas. Procuramos refletir em que medida as aulas de História, ao adotar essas linguagens, podem contribuir para também irradiar entre os estudantes uma postura reflexiva em relação às suas vidas e às configurações históricas estudadas e lhes ensinar a articular passado e presente, à proporção que os habilite a atribuir significados e relevância a esses eventos, por meio do entendimento de um passado saturado de “agoras” e da crença na possibilidade da existência de um futuro.