O artigo apresenta algumas reflexões proporcionadas pela exploração do arquivo do professor Rubim Santos Leão Aquino (1929-2013), com vistas a compreender sua trajetória profissional (Dubar, 1998), entendida como modelar da trajetória de outros professores de sua geração (Sirinelli, 1996b) que compartilhavam uma estrutura de sentimento comum e que os aproximaria de uma brasilidade romântico-revolucionária. Para qualificar esse acervo documental e com ele estabelecermos um diálogo profícuo, recorremos ao conceito de artesanato intelectual (Mills, 2009), adequado para captar a narrativa que Aquino construiu sobre sua trajetória, por meio de organização e preservação dos registros de suas atividades. As negociações entre diferentes modos de exercer o seu trabalho de mediação cultural (Sirinelli, 1996a; Gomes; Hansen, 2016), frequentando diferentes espaços institucionais e variadas redes de sociabilidade política e intelectual, o constituíram como professor, historiador e militante.
Referências
GOMES, Ângela de Castro e HANSEN, Patrícia (0rgs.) (2016). Intelectuais mediadores: práticas culturais e ação política. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira.
OLIVEIRA, Dalila Andrade de. A reestruturação do trabalho docente: flexibilização e precarização. Educação e Sociedade. 25 (89), pag. 1127 – 1144, set./dez., 2004. http://www.scielo.br/pdf/es/v25n89/22614
PIMENTA, Selva Guimarães. Ser Professor no Brasil. Campinas-SP, Papirus, 2007. POCOCK, John. Linguagens do Ideário Político. São Paulo: Edusp, 2003.
RIDENTI, Marcelo. Em busca do povo brasileiro: artistas da Revolução, do CPC à era da TV. Rio de Janeiro-São Paulo, Record, 2000.