As tecnologias da informação alteraram a maneira como as sociedades organizam e compartilham saberes. De maneira implacável, colocaram em xeque instituições e agentes relacionados à produção e reprodução de conhecimentos, entre elas, a escola e o educador. Ao mesmo tempo, as formas como elaboram e armazenam memórias também sofreram mudanças, acarretando consequências ao historiador, até então, legítimo responsável pela organização da memória. Ciente de tais desafios, este artigo discute o uso de modelos de aprendizagem híbrida em sala de aula e a adoção da noção de história pública como estratégias para mitigar tais impactos na formação dos professores-historiadores. Além disso, apresentaremos algumas experiências desenvolvidas em nossas atividades docentes nas instituições de ensino onde atuamos, Unesp em Franca/SP e Universidade Federal do Triângulo Mineiro, em Uberaba/MG.
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