A atual discussão sobre a consciência histórica no campo do ensino de história no Canadá inscreve-se num contexto intelectual e social particular, marcado por profundas transformações nas relações com o passado e nossa compreensão da história. Com efeito, os historiadores, didáticos e professores de história, aqui como em outros lugares, estão presos há um problema que, conforme Seixas (2012b), é epistemológico (como nós conhecemos o passado?) e ontológico (como nos situamos no tempo enquanto seres dotados de historicidade?). Daí o interesse, realmente presente na didática da história canadense, de melhor compreender a noção de consciência histórica. Contudo, a discussão permanece díspar. Minha intenção, neste artigo, é elaborar um estado dos lugares (dessa produção acadêmica) por meio de uma revisão crítica da literatura. Eu apresentarei uma abordagem sobre o contexto no qual se insere as discussões sobre a consciência histórica e tentarei, em seguida, elaborar um quadro das definições, dos estudos e das justificativas deste conceito. Este artigo advoga pela necessidade crucial de um aprofundamento sobre a questão da consciência histórica, no intuito de que ela possa servir para os debates sobre a história escolar e pública no Canadá.