Neste texto converso sobre a história intelectual
de mulheres negras. Abordagem
historiográfica e pedagógica fundamentada
na perspectiva feminista negra de valorização
das identidades, experiências e
leituras de mundo de mulheres negras
para construção de novos quadros teóricos,
definidos a partir de nossos interesses
como grupo. Inspirada pela historiadora
Maria Beatriz Nascimento e por sua
proposta de construção de um “território
(novo) existencial e físico” para as subjetividades
negras, abro diálogo sobre a importância
que o conhecimento localizado
– as “narrativas na primeira pessoa”, produzidas
na sala de aula do curso Intelectuais
Negras UFRJ por jovens negras,
“primeiras da família a entrar na universidade”,
representam para a formação de
novas gerações de historiadoras e para
estudo e produção de novas fontes documentais
de uma história do pós-abolição
no tempo presente. Destacam-se no texto
debates sobre a construção de mulheres
negras como sujeitas de conhecimento, a
importância da autodefinição na pesquisa
histórica, a conceituação de “intelectual
negra” e a forja de uma agenda de pesquisa
em história social feminista negra.