A complexidade do conceito de crise é,
neste artigo, ponto de partida de reflexões
sobre a mobilização de narrativas
vivenciais no ensino/aprendizagem da
História. Busca-se compreender como
situações de crise afetam as vidas por
elas atravessadas, priorizando vozes e
sujeitos, em especial os/as que vieram a
ser silenciados/as e apagados/as de determinadas
formas de registrar e narrar
situações de crise, nas suas respectivas
historicidades. O caminho escolhido para
abordar vidas em situações históricas
de crise se bifurca em dois sentidos: na
apropriação do conceito de vidas precárias,
no diálogo com Judith Butler, e, em
complementaridade, na ponderação sobre
o ato de narrar histórias de vida em
condições de precariedade como escolha
pedagógica e ético-política, na defesa do
direito ao luto de sujeitos e grupos afetados
pela banalização da violência.