Ir para o menu de navegação principal Ir para o conteúdo principal Ir para o rodapé

Dossiê

v. 12 n. 24 (2023): Janeiro-Junho

A escrita da Pré-História em compêndios escolares de História no Brasil: o caso João Ribeiro (1892)

DOI
https://doi.org/10.20949/rhhj.v12i24.994
Enviado
setembro 15, 2022
Publicado
2023-04-19

Resumo

No decorrer do século XIX, surge e se
desenvolve o conhecimento da Pré-História
como período mais remoto da
História e área específica de conhecimento.
A circulação atlântica de notícias
sobre ideias, conceitos, sítios e vestígios
pré-históricos, junto à construção
de uma filiação ocidental para o nosso
país, enquanto nação moderna, resultam
na primeira prescrição oficial da
Pré-História sob a República. O compêndio
Historia Antiga, de João Ribeiro,
adotado pelo Ginasio Nacional (nome
republicano dado ao Imperial Collegio
de Pedro II) em 1892, é um documento
central para a compreensão do processo
da escrita da Pré-História escolar no
contexto daquele colégio, na década de
1890. Nele, observamos a construção de
uma Pré-História nos moldes do debate
científico da época. Este trabalho situa
sua prescrição nos Programas de ensino do
colégio e identifica as linhas mestras
de sua Pré-História.

Referências

  1. DOCUMENTAÇÃO PRIMÁRIA
  2. AZEVEDO, Moreira. Compendio de Historia Antiga. Rio de Janeiro: Garnier Editor, (1865) 1883.
  3. BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/. Acesso em 10 set. 2022.
  4. BERQUÓ, João Maria da Gama. Historia Antiga do Oriente. Rio de Janeiro: Livraria Clássica de Alves & Cª, 1887.
  5. BERQUÓ, João Maria da Gama. Noções Summarias de História Universal. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1889.
  6. CAYX, Charles; POIRSON, Auguste. Compendio de Historia Antiga. Rio de Janeiro, Typ. Imp. e Const de J. Vilenneuve e Comp., 1840.
  7. CHILDE, Gordon. Man Makes Himself. London: Watts, 1936.
  8. COTRIM, Gilberto; RODRIGUES, Jaime. Historiar. 6º ano. São Paulo: Saraiva, 2018
  9. DARWIN, Charles. On the origin of species. Oxford: Oxford UP, 1859.
  10. GAZETA DE NOTICIAS. Rio de Janeiro, Ano 13, n. 269, 26 set. 1887, p.2. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/103730_02/12734 . Acesso em: 10 set. 2022.
  11. GOBINEAU, Arthur. Essai sur l’inégalité des races humaines. Paris, Didot. 1855.
  12. HEGEL, Georg W. F. Filosofia da História. Brasília: UNB, (1837) 2008.
  13. HERDER, Johann. Another Philosophy of History for the education of mankind. In: ___. Another Philosophy of History and selected political writings. Indianapolis: Hackett, (1774) 2004, p. 3-97.
  14. ______. Fragments on Recent German Literature [excerpts on language]. In: HERDER, Johann. Philosophical writings. Cambridge: Cambridge UP, (1767) 2002, p. 33-64.
  15. LIMA, Manuel de Oliveira. História da Civilização. São Paulo: Companhia Melhoramentos, 1921.
  16. LUBBOCK, John. Prehistoric Times. London: William & Norgate, 1865.
  17. LYELL, Charles. The Geological Evidences of the Antiquity of Man. 1863.
  18. MONTELIUS, Oscar. Der Orient und Europa. Stockholm: Akademie der Schönen Wissen-Schaften, Geschichte und Alterthumskunde, 1899.
  19. ______. Swedish Antiquities. Stockholm: P. A. Norstedt & Söners, 1920.
  20. ______. The Civilisation of Sweden in Heathen Times. NY: Haskell, 1888.
  21. MEYER, Eduard. Geschichte des Alterthums. Stuttgart: J. G. Cotta, 1884.
  22. PLINY. Natural History. Trad. D. E. Eichholz. Cambridge: Harvard UP, 1962.
  23. RIBEIRO, João. Historia Antiga. Volume I: Oriente e Grecia. 2. ed. Rio de Janeiro: Alves & Cia Editores. 1894.
  24. ROCHA, Justiniano José. Compêndio de História Universal. Volume I: História Antiga. Rio de Janeiro: Tipografia do Regenerador, 1860.
  25. RUCH, Gastão. História Geral da Civilização. Rio de Janeiro: F. Briguiet, 1926.
  26. SCHLIEMANN, Heinrich. Tiryns : der prähistorische Palast der Könige von Tiryns. Leipzig: F.A. Brockhaus, 1885.
  27. SEIGNOBOS, Charles. Histoire de la civilisation dans l'antiquité justu'au temps de Charlemagne. Paris: Masson, 1887.
  28. SERRANO, J. Epitome de História Universal. 22ª edição. Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte: Livraria Francisco Alves, (1913) 1947.
  29. SMITH, Grafton Elliot. The Ancient Egyptians and the Origin of Civilization. London: Harper, (1911) 1923.
  30. TYLOR, Edward Burnett. Primitive Culture. London: John Murray, 1871.
  31. VAINFAS, Ronaldo; FERREIRA, Jorge; FARIA, Sheila; CALAINHO, Daniela. História.doc. 6º ano. São Paulo: Saraiva, 2018.
  32. VICENTINO, Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Teláris. 6º ano. São Paulo: Ática, 2018
  33. VOLTAIRE. La Défense de mon oncle. In: VOLTAIRE. Oeuvres Complètes. Paris: Garnier Frères, (1767) 1879, p. 367-433.
  34. WEBER, Georg. História Universal. Rio de Janeiro: Cunha & irmãos, 1895.
  35. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
  36. ALONSO, Ângela. Apropriação de ideias no Segundo Reinado. In: GRINBERG, Keila e SALLES, Ricardo. O Brasil Imperial, Volume III: 1870-1889. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009.
  37. BAMBERGER, Joan. The myth of matriarchy. In: ROSALDO, Michelle & LAMPHERE, Louise (ed.). Woman, culture and Society. Stanford: Stanford UP, 1974, p. 263-280.
  38. BARNABÉ, L. E. A escrita da História Antiga escolar nos anos de 1820-1830: o caso de Précis de l’Histoire Ancienne e a narrativa acerca dos gregos de Auguste Poirson. Heródoto: Revista do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre a Antiguidade Clássica e suas Conexões Afro-asiáticas, [S. l.], v. 6, n. 1, p. 128–151, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.34024/herodoto.2021.v6.13776. Acesso em: 05 set. 2022.
  39. BERNAL, Martin. Atenea Negra: Las Raíces Afroasiáticas de la Civilización Clásica. V. I: La invención de La Antigua Grecia, 1785-1985. Traducción castellana de Teófilo de Lozoya. Barcelona: Crítica - Grupo Grijalbo - Mondadori, 1993.
  40. BETHENCOURT, Francisco. Racismos. Das Cruzadas ao Século XX. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
  41. BITTENCOURT, Circe. Livro didático e saber escolar (1810-1910). Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2008.
  42. BRAUDEL, Fernand. A História das civilizações: o passado explica o presente. In: Escritos sobre a História. São Paulo: Perspectiva, (1959) 1992, pp. 235-288.
  43. BRUTER, Annie. L’enseignement de l’histoire nationale à école primaire avant a la III République. Histoire de L’Education. p. 11-32, avril, 2010. Disponível em: https://doi.org/10.4000/histoire-education.2147. Acesso em: 16 nov. 2017.
  44. CHARVÁT, Petr. Mesopotamia Before History. London: Routledge, 2002.
  45. CHERVEL, André. História das disciplinas escolares: Reflexões sobre um campo de pesquisa. Teoria & Educação, Porto Alegre, v. 2, p. 177-229, 1990.
  46. CHOPPIN, A. O historiador e o livro escolar. Revista História da Educação, [S. l.], v. 6, n. 11, p. 5–24, 2012. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/asphe/article/view/30596. Acesso em: 5 set. 2022.
  47. ______. O Manual Escolar: Uma Falsa Evidência Histórica. Tradução de Maria Helena C. Bastos. História da Educação. ASPHE/FaE/UFPel, Pelotas, v. 13, n. 27, p. 9-75, jan./abr. 2009. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/asphe/article/view/29026. Acesso em: 13 dez. 2015.
  48. DANIEL, Glyn. Introdução à Pré-História. Rio de Janeiro: Zahar, (1962) 1964.
  49. DEBLAIS, Paulo; GASPAR, Maria Dulce; KNEIP, Andreas. Sambaquis from the Southern Brazilian Coast: Landscape Building and Enduring Heterarchical Societies throughout the Holocene. Land, v. 7, n. 757, p. 1-27, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.3390/land10070757. Acesso em: 1 dez. 2021.
  50. FAGAN, Brian. Uma breve História da Arqueologia. Porto Alegre: LPM, 2019.
  51. FILLAFER, Franz Leander. A world connecting? From the unity of History to Global History. History and Theory, Middletown, v. 56, n. 1, p. 3-37, mar.2017. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/hith.12000. Acesso em: 30 mar. 2022.
  52. FREITAS, Itamar. A História Universal de José Estácio Correia de Sá e Benevides (1890/1903). In: FREITAS, Itamar. Histórias do Ensino de História no Brasil. São Cristovão: Editora UFS; Aracaju: Fundação Oviêdo Teixeira, 2006. p. 127-182.
  53. FOUCAULT, Michel. As Palavras e as Coisas. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
  54. GOSDEN, Chris. Pré-História. Uma breve introdução. São Paulo: L&PM, (2003) 2012.
  55. GUARINELLO, Norberto. Uma morfologia da História. In: GUARINELLO, Norberto. Ensaios sobre História Antiga. São Paulo: USP, 2014.
  56. GUERRA, Lolita. Pequeno histórico do ‘matriarcado’ como hipótese para a interpretação da pré-história. Mare Nostrum, [S. l.], v. 12, n. 1, p. 1-25, 2021b. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2177-4218.v12i1p1-25. Acesso em: 21 ago. 2022.
  57. ______. Questionamentos sobre o Neolítico da Pré-História que se ensina a partir de um diálogo entre os sítios arqueológicos da Ásia Ocidental e das Terras Baixas da Amazônia. In: VILELA, Márcio. Anais do 30° Simpósio Nacional de História - História e o futuro da educação no Brasil. Recife: ANPUH–Brasil, 2019. Disponível em: https://www.snh2019.anpuh.org/resources/anais/8/1565632348_ARQUIVO_2019.ANPUHSNH.QuestionamentossobreoNeoliticodaHistoriaqueseensina.pdf
  58. HAIDAR, Maria de Lourdes. Mariotto. O Ensino Secundário no império brasileiro. São Paulo: Grijalbo, 1972.
  59. HANSEN, Patrícia. João Ribeiro Historiador. R. IHGB, Rio de Janeiro, a. 173, n. 454, p. 183-208, jan./mar. 2012.Disponível em: https://ihgb.org.br/revista-eletronica/artigos-454/item/108287-joao-ribeiro-historiador.html. Acesso em 12.set.2022.
  60. HODGEN, Margaret. Early Anthropology in the Sixteenth and Seventeenth Centuries. Philadelphia: University of Pensilvania, (1964) 1971.
  61. KOSELLECK, Reinhardt. A configuração do moderno conceito de História. In: KOSELLECK, Reinhardt; MEIER, Christian; GÜNTHER, Horst; ENGELS, Odilo. O Conceito de História. São Paulo: Autêntica, (1975) 2013.
  62. LIVERANI, Mario. Antigo Oriente: História, sociedade, economia. Tradução de Ivan Esperança Rocha. 1. ed. São Paulo: Edusp, (2009) 2016.
  63. MORALES, Fábio Augusto. Por uma didática da História Antiga no Ensino Superior. Mare Nostrum, n. 8, p. 79-114, 2017.
  64. MORALES, Fábio Augusto; SILVA, Uiran Gebara da. História Antiga e História Global: afluentes e confluências Artigos. Revista Brasileira de História, vol. 40, n. 83, p. 125-150, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1806-93472020v40n83-06
  65. PENNA, Fernando. Sob o Nome e a Capa do Imperador: A Criação do Colégio de Pedro Segundo e a Construção do seu Currículo. 2008. Dissertação (Mestrado em Educação) –. Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008. f. 185.
  66. RENFREW, Colin. Prehistory. The Making of the Human Mind. NY: The Modern Library, 2007.
  67. ROWBOTHAM, Arnold. Voltaire, Sinophile. PMLA, v. 4, n. 4, p. 1050-1065, 1932. Disponível em: https://doi.org/10.2307/457929. Acesso em: 10 set. 2022.
  68. SAID, Edward. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 2013
  69. SANTOS, Beatriz Boclin. Marques. O Currículo da Disciplina Escolar História no Colégio Pedro II – a Década de 1970. Rio de Janeiro: Mauad X, FAPERJ. 2011.
  70. SCHWARCZ, Lilia Moritz. O Espetáculo das Raças: cientistas, instituições e a questão racial no Brasil 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, (1993) 2000.
  71. SCOTT, James. Against the Grain. New Haven: Yale UP, 2017.
  72. SMAIL, Daniel Lord. On deep history and the brain. Berkeley: University of California Press, 2008.
  73. TRIGGER, Bruce. História do pensamento arqueológico. São Paulo: Odysseus Editora, 2004.
  74. VECHIA, Ariclê; LORENZ, Karl. Michael. (Org.). Programa de ensino da escola secundária brasileira: 1850-1951. Curitiba, Brasil: Autores, 1998.
  75. VEIGA, Cynthia Greive. A escolarização como projeto de civilização. Rev. Bras. Educ., Rio de Janeiro, n. 21, p. 90-103, Dec. 2002. Disponível em: http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782002000300008&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 05 Set.2022.
  76. VLASSOPOULOS, Kostas. Unthinking the Greek Polis: Ancient Greek History beyond Eurocentrism. Cambridge: Cambridge University Press, 2007.