Doutoranda em História Global pela UFSC, mestre em História Cultural pela UFSC, Licenciada e Bacharel em História (UFSC) e Pedagoga pela UNINTER. Bolsista FAPESC e Membro do Meridianum - Núcle Interdisciplinar em Estudos Medievais
A perspectiva decolonial, através da desnaturalização de conceitos eurocentrados, mostra possibilidades de abordar o Ensino acerca do Egito antigo dando conta da complexidade inerente à sua memória. Historicizar a racialização, o eurocentrismo e o embranquecimento dessa sociedade africana são algumas das estratégias decoloniais para responder: quem foram os antigos egípcios? É possível, a partir da Antiguidade egípcia, instigar os estudantes a perceber África como um continente aberto, com entrelaçamentos culturais e não racializado? Estando a memória do Egito atrelada a questões identitárias e étnico- raciais atuais, as críticas pós-coloniais e decoloniais são um convite a pensar outras epistemologias, possibilitando novas ferramentas e abordagens para a construção do conhecimento sobre o Egito pré-islâmico.
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