O presente artigo articula-se em dois diferentes sentidos. No primeiro deles, propõe uma crítica aberta e sensível aos pressupostos e usos da categoria da consciência histórica no ensino de História. No segundo, ensaia as condições de possibilidade de um ensino de História que passa pelos afetos. O percurso teórico realiza-se a partir da criação de uma interface entre a filosofia prática de Spinoza e o pensamento ameríndio de Ailton Krenak. Em termos metodológicos, embora não se reporte diretamente a uma coleta de resultados empíricos, evoca ocorrências de sala de aula, inspiradas nas experiências dos ateliês de imaginação histórica, oriundas da pesquisa “Imaginação e ensino de História” e nas experiências de estudo e de prática, no âmbito do projeto “Aprendizagem em História como Arte de Criar Encontros Alegres”, junto a escolas da rede pública do estado. A partir do aprofundamento teórico proposto e da exposição do limiar epistemológico entre a categoria da consciência histórica e a aprendizagem dos afetos, renova-se o fundamento de um ensino de História voltado para responder às urgências éticas e políticas do presente.