Analisamos concepções de gênero e sexualidades nos relatos das práticas de professores de história lotados em unidades de internação socioeducativa. Selecionamos dois professores efetivos e lotados em escolas públicas no interior de Centros de Atendimento Socioeducativos (CASEs), unidades da Fundação de Atendimento Socioeducativo (FUNASE) voltadas à execução da medida no Estado de Pernambuco. Em diálogo com Monteiro (2010), Junqueira (2013) e Seffner (2013), discutimos saberes e fazeres desses profissionais na privação de liberdade. As entrevistas identificaram a rotina de violências sofrida por adolescentes e jovens. Práticas diversas de controle, vigilância e desclassificação configuraram “trancas” cisheteronormativas e homofóbicas na internação. Nessa rigorosa “gestão das fronteiras da normalidade” (JUNQUEIRA, 2013), os professores não “transportaram” conteúdos de gênero e sexualidades para as aulas de história – eles já ocupam esses espaços, constituem saberes docentes e discentes.