O presente artigo investiga as aproximações entre os mundos do trabalho e a historiografia do esporte no Brasil, por meio das expressões do futebol operário ou de fábrica, ou seja, dos estudos sobre clubes que se constituíram, em diferentes regiões do país, a partir dos pertencimentos dos trabalhadores a uma dada empresa ou a um segmento do universo produtivo. A partir de uma revisão da bibliografia, são exploradas as diferentes abordagens sobre os usos autônomos e tutelados do tempo do lazer; as expressões das culturas operárias, especialmente as masculinas; bem como as diferentes relações laborais do jogador-operário e do operário-jogador. Por meio de uma intervenção pedagógica, são discutidos os desafios da transposição didática dessas questões e quais as suas potencialidades para o desenvolvimento do ensino de História para turmas de Ensino Médio.