A articulação entre investigação e produção científica na área da História e os programas escolares ocupa os debates internacionais. A importância concedida pelos decisores educativos às ciências da educação reforçaram a transversalidade dos saberes em detrimento das especificidades epistemológicas. A divisão tradicional entre saber e saber-fazer sai fragilizada, e a luta pela inscrição de uma didática ancorada no saber disciplinar percorre um caminho nem sempre facilitado. A maturidade hoje assumida pela Educação Histórica leva-nos de regresso à epistemologia do saber histórico, assumida como a melhor estratégia para levar o aluno a aprender segundo regras específicas da construção desse saber, transformando-o, pelo conhecimento adquirido, num verdadeiro utilizador do passado para uma efetiva intervenção cívica no presente. A prática de formação de professores de História em Portugal ao longo de 30 anos nos permite enfatizar a importância do regresso a fontes primárias e a processos didáticos socioconstrutivistas para reafirmar o sentido do ofício do historiador e das suas práticas científicas no contexto escolar da disciplina.