O artigo tem por objetivo apresentar as narrativas históricas comparadas sobre a Questão do Amapá em suportes acadêmicos e didáticos. A metodologia pauta-se no método comparativo em história, o qual se analisa as possibilidades de características das linguagens históricas. A hipótese é que as narrativas históricas podem apresentar as características de arquétipo, estereótipo, silêncio e esquecimento. O resultado é que as narrativas acadêmicas negam a hipótese, pois elas revelam a preocupação em valorizar personagens históricos marginalizados, silenciados e esquecidos pela historiografia anterior aos século XXI. Também, as narrativas didáticas, subdivididas em livros didáticos e paradidáticos, confirmam a hipótese inicial, porquanto elas se caracterizam pela aceitabilidade do arquétipo, estereótipo, silêncio e esquecimento. A conclusão é que as narrativas históricas comparadas são heterodoxas, diversas e plurais, possibilitando a utilização de diferentes linguagens históricas no Ensino de História.
Citas
BATISTA, Ana. Relações ético-raciais na voz do professor: os debates curriculares no contexto quilombola. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Departamento de História, Rio de Janeiro, 2016, p. 101. Disponível em: <https://educapes.capes.gov.br/handle/capes/173382>.
CARDOSO, Francinete. Entre conflitos, negociações e representações: o Contestado Franco-Brasileiro na última década do século XIX. Belém: Associação de Universidades Amazônicas, Universidade federal do Pará, Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, 2008.
CARVALHO, José. A formação das almas: o imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
GRANGER, Stéphane. O contestado franco-brasileiro: desafios e consequências de um conflito esquecido entre a França e o Brasil na Amazônia. Revista Canteira, ed. 17, p. 21-39, jul-dez. 2012. Disponível em: < http://www.historia.uff.br/cantareira/v3/?p=57>. Acesso em: 07/09/2018.
HARTOG, François. Regimes de Historicidade – presentismo e experiências do tempo. Belo Horizonte: Autêntica, 2014.
JUNG, Carl. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2000.
POLLAK, Michael. Memória, esquecimento, silêncio. Estudos históricos, Rio de Janeiro, v. 2, n. 3, p. 3-15, 1989.
QUEIROZ, Jonas. Anotações às margens da história – Quilombolas e republicanos nas origens do Amapá. In: __________; COELHO, Mauro. Amazônia: modernização e conflito (séculos XVIII e XIX). Belém: UFPA/NAEA, 2001, p. 119-155.
RICOEUR, Paul. A memória, a história, o esquecimento. Tradução: Alain François [et al.]. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2007 [1913].
RÜSEN, Jörn. Experiência, interpretação, orientação: As três dimensões da aprendizagem histórica. In: SCHMIDT, Maria.; BARCA, Isabel.; MARTINS, Estevan. de R. (Org.). Jörn Rüsen e o Ensino de História. Curitiba: Editora da UFPR, 2011. p. 79-91.
SANTOS, Fernando. História do Amapá. 6ª ed. Macapá: Editora Valcán, 2001.
SANTOS, Luís. O dia em que adiaram o carnaval: política externa e a construção do Brasil. São Paulo: Ed. UNESP, 2010.
VIANA, Jonathan.; SILVA, Diovani. Cabralzinho: a construção do mito de um herói inventado na sociedade amapaense. -1 ed.- Salto, SP: Schoba, 2012.
VIDAL, Josep. Metodologia comparativa e estudo de caso. Paper do NAEA, Belém, n. 308, p. 1-33. ago./ de 2013. Disponível em: < http://www.naea.ufpa.br/naea/novosite/paper/159>. Acesso em: 05/09/2018.
ZASLAVSKY, Susana. História comparada em aula de história: qual, porque e como trablhar?. In: BARROSO, Vera et al. Ensino de História: desafios contemporâneos. Porto Alegre: EST:EXCLAMAÇÃO:ANPUH/RS, 2010. p. 231.246.
Descargas
Los datos de descargas todavía no están disponibles.